O amor é cego e matou-me...
Naquele ano, naquele dia, naquela hora...
Quando finalmente te confrontei e percebi que nunca gostaste de mim...
Estou destroçada... Sinto-me humilhada...
Mas é a fúria que me corrompe a alma que me assusta verdadeiramente. Porque agora eu grito...
Bem alto e só pergunto: Onde errei?
Ter acreditado em todas as histórias que me contaste e que sei agora que são mentira?
Ou porque ignorei as vozes dos outros, afastei-os do meu caminho para me dedicar a ti?
Sinto vergonha de mim...
De todas as palavras ofensivas com que destruí as amizades dos outros...
Da solidão que enche agora a minha vida...
Por minha culpa...
Porque te quis amar por completo... Porque o amor tem que ser assim...
Mas nunca pensei que alguém fosse tão egoísta... Que maltratasse tanto os outros...
Vejo agora as horas que perdi à tua espera, as horas que não vivi por mim...
Não sei o que fazer... Não sei o que dizer...
Porque fui cega por amor e deixei que me matasse...
De: Marta Maria Vinhais
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