A Vaidade e a Felicidade

 

A Vaidade e a Felicidade

Portuguese
A Vaidade,
muito charmosa,
toda vestida de rosa,
passeando pelo bosque,
encontrou uma fonte de águas cristalinas.
Não contendo a curiosidade,
foi correndo mirar-se  naquele espelho d'água transparente,
para ver se sua imagem não havia sido alterada. 
Percebeu que alguma coisa estava errada, 
por que a imagem refletida, 
não mais a ela pertencia 
e sim a alguém que ela não conhecia. 
Quanto mais admirava a imagem ali refletida, 
mais se entristecia, 
pois percebia que a imagem que via era triste e envelhecida. 
Pensou que nunca mais seria como era antes
e assim, com a aparência enrugada, 
pelos anos maltratada, 
lamentava-se tristemente: 
- Nunca mais seria a jovem 
que já fora antigamente 
e com esses pensamentos, 
deitou-se na relva e adormeceu profundamente. 
Sonhou que viveria para sempre, 
se aceitasse as condições que o Tempo lhe propôs: 
- Cada vez que se mirasse 
nas águas daquele bosque encantado, 
não olharia a imagem refletida, 
apenas veria o seu pensamento 
e com ele transporia as portas da Felicidade, 
que estaria ao seu lado,
toda a vez que ela assim o desejasse, 
mas para isso teria que observar seus mandamentos, 
jamais desejar o que não mais poderia ter, 
contentar-se com o que tivesse, 
e assim ela viveria para sempre, 
no coração de quem ela mais desejasse. 
Então a Vaidade compreendeu, 
que a beleza com a qual convivera,  
era agora o reflexo da sua mente... 
 

 

Débora Benvenuti
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