A boa vontade é a eloquência do altruísmo
Mas o que dizer a essa gente sem asas
Que insiste em continuar a construir abismos?
Da paciência nascem virtudes
Mas isso é p'ra quem tem algum juízo
Pois quando a palavra mãe é enforcada
Não há mais quem aguente o interno grito
É a tempestade de lava no paraíso
Tecendo o féu de peito em peito
A penúria de se ter perdido o riso
Reflexo no chão, espelho desfeito
Mente sadia ancorada sem aviso
É fruto do desalento flor do desespero
Então me diga quem senão o erro
para repor alguma vida algum cheiro
Nesses olhos incisos cheios de medo
O que fica é o que se indaga
A besta está engaiolada
Nestas costelas em forma de jaula
E esse teu pó branco que enfraquece a alma
É a paz do momento para quem se acaba
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