O Coração e a Ostra
Certo dia um coração, sentindo-se cansado, velho e alquebrado decidiu que não mais queria ser um coração. Desejou ser uma ostra e assim sendo,foi esconder-se no fundo do oceano. Levou consigo apenas um grão de areia e embalado pelas ondas do mar, adormeceu e foi jogado na areia da praia.
Um Português que por ali passava, recolheu a ostra e a abriu, descobrindo no seu interior, não mais um grão de areia, mas a mais bela pérola.
Tomou-a em suas mãos e ficou observando-a, sem saber o que fazer com ela. Naquele momento, a ostra desejou ser novamente um coração e ficou a espera de que o Português decidisse o que fazer com a pérola. Enquanto observava a pérola, ele pensou: Para que quero uma pérola, se já tenho tudo o que eu quero?
A Pérola, percebendo a indecisão do Português, respondeu:- Eu não sou uma Pérola, sou apenas um coração e se me quiseres, poderás me levar contigo.Eu sou o Amor, a Chama da Paixão que o Vento do Tempo jamais apagará e existirei para sempre no seu coração. O Vento que por ali passava, ouvindo o diálogo dos dois, soprou mais forte e acendeu a Chama da Paixão que estava adormecida no coração do Português e ele, sentindo-se enternecido, recolheu o coração e o guardou no peito. A partir daquele dia,o coração nunca mais desejou ser uma ostra.
Débora Benvenuti
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