Que quero tirar
Tenho sal na língua
Hoje vivo de míngua
E custa habituar.
Luzinha, luzinha
Não te vejo, não te sinto.
Devias aparecer, velha amiga
Para iluminar o caminho.
Retranca na vida
Ou vida na retranca?
É um jogo sem intervalos
Não trocas a roupa, sobrevives suado
Sempre à espreita, com cuidado.
Não há árbitros, não há faltas
Só um cronómetro maldito
Tic, tac, tic, tac.
Está a contar!
Pezinhos e mãozinhas
Tenho-os sim.
Sujo a unha, aperto o dedo
Não temo.
Não tenho medo, não.
Não me aflige o trabalho.
Só o obscuro.
Aquilo que não dominamos.
Sê paciente, dizem-me.
Isso vai passar.
Sim, sim, pois então.
Calça as minhas botas
E poderão falar.
A tua casa é o teu mundo
E eu sem ele fiquei
Refeita não estou
Também não diria desfeita.
É só um medo traquina
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