De um lado o azul desbotado e erudito, com um friso de ferrugem junto ao betão desarmado
Nas janelas, predomina o “gótico” e uma tendência surrealista para a fuga à esquadria
Do outro lado, a vanguarda de um Divani no terraço, rente à parede onde um Miró ficou “pendurado”
A olhar para o jardim tropical, onde impera um eucalipto que em vez de dar sombra, alumia
Ao fundo, um prédio irrompe na paisagem, como se fosse um barco que se esqueceu das rotas
Ouve-se ao longe, o cântico do jimbras que nos convida a comprar bolas de Berlim e batata frita
Na areia, alguns fósseis convivem pacificamente com as caganitas deixadas pelas gaivotas
O último comboio, passou há muito, pendulando nos carris, da Fonte da Telha à Caparica
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