Olhou o relógio, já estava a ficar tarde, como acontecia, sempre todas as manhãs, ia a correr apanhar o autocarro.
Ana tinha 18 anos, trabalhava numa loja e a sua juventude e alegria, permitiam, levar os dias,
com entusiasmo e contagiava os clientes, mas o seu sonho era ser Psicóloga.
Achava ela, que entendia as pessoas. Sonha em ajudá-las.
Se os dias eram iguais, as noites não eram diferentes.
Depois de jantar, ia para a escola, tinha aulas nocturnas.
Um dia, uma chuva torrencial apanhou-a desprevenida, assim como o cupido, quando Rui, que ela só conhecia de vista, partilhou, o seu chapéu de chuva com ela.
Apaixonou-se.
Os amigos, não aceitaram bem aquele namoro. Rui, era conhecido por ser presunçoso e por brincar, com os sentimentos das raparigas. Com a Ana, não foi diferente. Afastou-a dos amigos e aprisionou-a a maus tratos de humilhações.
Quase sempre, ele estava na companhia de outras e não evitava, compará-las a ela, sempre a desfavorecendo. Mas, ele não queria, que terminassem o namoro e para Ana, isso, era uma
prova de amor.
Os dias, os meses, passaram, outrora, uma rapariga alegre e bem disposta, teve de ser chamada, à atenção no seu emprego, pelo mau atendimento aos clientes. Depois, começou a faltar e foi dispensada.
Interrompeu os estudos e vegetou.
Ela mendigava a companhia do namorado e ele aos poucos foi deixando de aparecer.
Soube depois, que tinha ido, para outra cidade.
Isolada, apática, sem motivações e entusiasmo pela vida, longe dos amigos (que ela chegou a tratar mal), sentiu-se um farrapo...não se reconheceu.
Percebeu então, que Psicologia era um sonho inatingível.
como poderia, ajudar os outros, se a ela própria, não conseguia fazê.lo.
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