Prometi que te deixava entrar
De mansinho, porque de rompante assusta.
E te deixava ficar, se quisesses.
Mas sem promessas porque elas podem partir.
E, por vezes, o que parte nem sempre se pode colar.
E ficaste, em silêncio, sem nada a revelar.
Pediste-me histórias. Eu hoje não tenho.
Hoje não me apetece pensar.
"Mentira", sussurráste.
"Sei que estás a viajar."
E estava. E estou.
Porque a inquietude é irrequieta
E parada não consigo ficar.
"Deixa-me ir contigo", pediste.
Só te deixo se souberes voar.
"Como é que fazes isso?"
Vou para onde quero estar.
Estou com quem eu quero.
Abraço quem tiver de abraçar.
Choro com sorrisos.
Fico quando tenho que ficar.
Não te olho, vejo-te.
Sinto-te sem aqui estares.
Leio o que não dizes,
ainda que na esperança de to ouvir dizer.
Apaixono-me por mais uma ruga,
Pelo copo de vinho que hoje me deu prazer beber.
Pelo olhar que me roubou um sorriso,
ou a gargalhada que uma lágrima fez rolar.
Uau... Posso ficar contigo para sempre?, perguntáste.
Sorri-te. Tens asas para me acompanhar?
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