Portuguese
Deslizam pelos dias com a candura sobranceira dos anjos, dilatam o somatório das horas até que amanheça mais uma noite, e riem, alheios ao desespero mudo que estremece na escuridão remexida de um tempo estagnado. Adormecem sem planos, nem turbulência, entregues ao fracasso de um quotidiano que destila um doce veneno de piedade não consentida. Perderam toda a inocência e já nada sabem da loucura inconsequente dos amantes sem estrada. Estão votados ao esquecimento, sorvem uma esperança desvanecida, sem corpo nem ardência, e confinam a carne a um suspiro que se solta por contágio, fremindo no último rasgo daquilo que um dia foi amor.
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