Portuguese
Há risos lá fora habitados de densa solidão;
pele sem temperatura afagada por estranhos.
E um afã de memória crepitando à meia luz
de uma infância sem espaço para os iludidos.
Sonhos esquecidos num tempo esquivo
que sempre evitou demorar-se.
Há risos lá fora. Feitos do calor que falta dentro.
E há vento a espalhar o som das bocas escancaradas
das crianças, rostos a ruborizar do escândalo
dessa alegria plástica, nascente de coisa nenhuma.
Onde pairam, dentro, a verdade e o destemor?
Onde se esconde essa dura antítese da dor sentida em segredo?
É tudo armadilha.
Haverá risos lá fora?
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