Tenho sido eu nos meus tempos de cálculo
Tempos de piedade, tempo de unção e despacho,
Tempo do meu ser reprovado untada com substancia,
Da falsidade, nesse tempo de canzoada, me isolo no meu caramoiço.
Com o meu canto sem afinação, sem lugar ao espetáculo.
Que hipocrisia, que vergonha das minhas averrugas.
Tempos velhos, tempos longos sumido nesse passo lento de tartaruga
Vivendo em dois tempos: meus tempos e as de agora
Tempo que se vive cada minuto para não perder a hora.
Que saudade do meu tempo que não passava a hora.
Me deixe no passado, meus tempos de homem de calçudo
Que não se vestiam nus, e guardava o segredo embaraçado.
Tempos de mulheres vestidas aos pés e não usavas calçolas,
Que se guardavam vergonhas e as dentes não eram postos ao vento
O meu tempo ficou preso, por agora só há mulheres de gargantilhas e cabeça de cebolas
Meu tempo de ditadura, que mulher deitava-se por debaixo
Tempos presentes de costumes ausentes, hábitos vice-versa
Tempo sesse que poemas perderam assento e aconselho virou conversa
Saudades do meu tempo que hora passava
Mas tempo ficava.
Nos meus tempos a vida tem sido mais barato
Esses tempos já se notam a diferença
Coisas justas que não chegam.
O mundo já não tem a mesma função nesse mundo de sentença
Odio e amor se trocaram numa posição abstrata.
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