«Hoje vi a ressurreição quotidiana de Luís Vaz de Camões, não tive medo ao contrário desses Louva-a-deus, estava camuflado de animal adaptado aos tempos modernos; nas suas unhas flutuavam montanhas como se tivesse cravado as mãos no peito da Mãe Natureza e tivesse chantageado roubar lhe o coração se ela não nos extinguir, para depois sim recomeçar tudo de novo apenas com a presença dos Homo sapiens – Coincidência, desprovidos de nitrogénio no sangue são a raça perfeita, nascem aos pares de pólo oposto, infinitamente siameses abraçados como 2 duas conchas, partilham os mesmos lábios e sobrevivem através da entalpia da fotossíntese; derretem ao som do dedilhar da eternidade em ínfimos macro – pirilampos que voam através de gargalhadas de desenhos animados a nuvens, as suas faces são sub-liminarmente maiores que os seus corpos, aos poucos crescem neles os dentes de açúcar branco, que inundam a Terra Fértil com a chuva da nostalgia. Oh Luís Vaz o fogo que me queima é a água que lhe afoga; e continuo…e continuo a ver o pássaro pérola a planar no atrito musgoso até a cama de pressão galáctica, onde é enterrado o tesouro obsessivo oxidando no calor da loucura esquizofrénica; sorri te timidamente pois não queria ofender oh grande mestre; companheiro reconheci nesses olhos castanhos o olhar dos olhos fantasma, que observam o nada e tudo vêm; se calhar devia ter te acompanhado ao teu destino, à casa – prisão onde sonhos vivem livres fragilmente na intemporalidade efémera, onde…onde te dão berlindes brancos para os engolires em modo autoclismo, na esperança…na esperança que deixes afogar para sempre o Neo – Lusíadas, pois têm receio de reconhecer o monstrengo que vêm ao espelho...»
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