AGITO

Estou do lado, dos que sempre acabam perdendo.
Insatisfeito, eu me arrependo,
E mesmo sem nada adiantar,
Prefiro assim escrever o meu tormento,
Do que ruminando me atormentar!
Mais ainda, neste caminho que se perde,
Acenai-me com uma bandeira verde!
Acendei um farol de esperança,
Que ilumine o horizonte,
E me prometa bonança!
Mas são as estrelas que iluminam a minha vereda.
Grandiosas como são e iluminam tão pouco!
Escreva eu esta desgraça de bicho-da-seda,
Antes que fique cego, mudo e mouco.
Tantos fios como a vida, tem o meu casulo.
E tantos à morte vão a dar...
E juro contudo, que se ainda me agito e bulo,
É apenas com vontade de voar!