Meu corpo é de água donde irrompem sinais de terra,
toda eu sou paraíso de delícias.
Bebo atmosferas universais, meu corpo se adoça ao Sol,
sempre pronta a girar, em incessante devir,
quase pareço irmã do Tempo.
Sou mãe atenta,
doo-me na íntegra a quem me chama,
me procura pelas vastidões de mim.
Tomem! Aceitem!
Alimentem-se em minha pele,
adormeçam no meu regaço,
sou colo para mais um. Sou vossa!
Sou assim, frágil como mulher grávida,
imensidão para os distraídos,
grão cósmico em areal de estrelas no olhar curioso.
Existo no zelo das minhas criaturas,
daquelas que sabem do meu equilíbrio,
desvelando-se em cuidados
que recebo como beijos,
prendas por demais apreciadas.
Amo-te sem te pedir amor, acaso não é sina de mãe?
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