Assim te cruzas, paradoxo flamejante,
Gótico manuelino, mistura bela;
Que do amor és vida cantante,
Que do ciúme és Leonardo sem aguarela.
Polímata tu és, amor,
Vives no tempo que o tempo te dá.
Integras-te na alma do mortal com furor,
Desintegras cada órgão para a vida lhes dares.
Ciúme é tu, inveja fatal,
Pecado mortal, cobiça do outro;
Desdém frio e intemporal,
Descoberta nova do poeta louco.
Orquestra ordenada, música iniciada,
Maestro é o tempo;
Amor e ciúme dão início à caminhada despoletada,
Felicidade próxima mas a passo lento.
Almas condenadas, as destes mortais!
Masoquistas interligados com amor ao sofrimento!
Pesados corações sem força para mais
Oxidação dada, batalha iniciada, judeus e comunistas ao relento.
Segunda Guerra morre de amor à primeira,
Inglaterra enciumada pelo poder alemão;
Conquistada é já a França inteira,
Dá-se o tiro, movimenta-se a bala, aterra o canhão.
"Peito ilustro lusitano" marchando,
Arístides de Sousa Mendes os vistos passando,
Missão de salvamento em território neutro,
Amor e ciúme de novo bailando.
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