Quanto desassossego trazes em teu silêncio, nevoeiro escuro talhado de agonias. Impões-te serena, altiva da tua grandeza e sobes-me voraz, no peito desprotegido, abrindo caminho com lâminas de gelo. O sangue quente a perder-se da vida, a vida a perder-se do corpo, o corpo a cair sobre si mesmo, num abismo de desconsolo. A impotência das mãos trémulas, carentes de forças. Os olhos vermelhos de sangue, a querer fugir deste lugar, a olhar o negro, perdidos no desespero. Os pensamentos de morte, sem fim, que trazes em teu silencio, que sobe em meu peito, desprotegido, e aperta como se fosse partir todas as costelas, uma a uma ou de uma só vez. O desassossego que decidiu ser meu companheiro, de todas as horas, que adormece a meu lado, sobre a minha almofada, e acorda comigo, fiel como nada mais. Hoje, como sempre, chegas, e eu passiva, espero, sozinha e desistente. Cansada de mim mesma.
Arquivo mensal
- December 2024 (1)
- November 2024 (15)
- October 2024 (10)
- September 2024 (20)
- August 2024 (7)
- July 2024 (27)
- June 2024 (23)
- May 2024 (27)
- April 2024 (15)
- March 2024 (9)
Who's online
There are currently 0 users online.
Estatísticas Gerais
- Membros: 3958
- Conteúdos: 12660
- Comentários: 1725
Recent comments