Nome lapidado...

 

Nome lapidado...

Portuguese

Não digas o meu nome,

nunca...

rasga-o e lança-o ao vento,

não digas o meu nome na vã esperança,

porque o cansaço alimenta...

e a noite come os êmbolos do meu silêncio,

sou uma máquina em aço laminado,

o meu esqueleto é composto por rodas dentadas,

roldanas...

e milímetros de fio desengonçado,

não,

não digas o meu nome,

amanhã acordarei?

sem nome,

idade,

altura...

amanhã nunca,

o meu nome lapidado...

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

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