Alma minha
Pensei não voltar a ver a luz do sol,
Como sinal de que me encontrava vivo.
Não vivo de coração e mente a funcionar,
Mas sim vivo de alma, plena de sentimentos.
Voltar a sentir, foi renascer,
Voltar a abrir os olhos e vê-la a meu lado;
Estender o meu braço, sentir a sua pele,
Macia como a de um bebé;
Ouvir os seus suspiros, ver os seus sorrisos, sonhando
O perfil do seu corpo feminino debaixo dos lençóis,
Deixando-me mergulhar no rio de águas puras
E corrente forte do seu olhar
Ah, como é bom deixar-me ir na corrente
Até ao seu estuário, onde posso sentir a sua luta
Pela entrada no oceano, cheio de mistérios e perigo
E gritar com toda a força dos meus pulmões,
Incitando a sua coragem, dando-lhe força,
Toda a força que ela precisa para seguir em frente.
Sigo-a no seu destino desconhecido,
Porque, desde o dia em que a vi dançar na areia,
Deixaram de existir dois caminhos solitários:
O seu é o meu também: somos, agora, um só ser,
Seguindo um só caminho, iluminado pelo amor,
Aberto pela coragem e pela força da alma
E não será a paragem de um coração, a morte de um corpo
Que nos vai separar: estaremos sempre lado a lado...
Sente-me como eu te sinto, alma minha!
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