Ela vai sempre trazê-lo de volta.
Ainda que escape, que tome vinho com o Dante e leve a chave do purgatório, que se esconda na têmpora de Camilo onde a bala entrou ou até deixe crescer a barba como Hemingway no dia em que parou de escrever, ela irá sempre encontrá-lo. O mundo é um quarto pequeno e eles nunca estarão à distância de mais do que uma almofada. Pode calçar as botas e correr a divisão inteira, parede por parede, que irá terminar sempre próximo da sua nuca, sentindo o cheiro do cabelo e mordendo-lhe ao de leve a orelha em tom de quem volta manso, pedindo um beijo. As velhas gritam, malucas, como no fado da Amália. Dizem na praia que ele não volta, mas volta sempre. Ela vai sempre trazê-lo de volta.
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