Envia-me um postal.
Conta-me as tuas horas, a decorrer.
Senta-te e olha para mim, um dia.
Lê-me as tuas experiências.
Inventa o nosso tempo, a correr.
Deleita-te no meu colo, agora.
A cada passo, a cada distância
entre nós vivida,
cabe um mundo inteiro
silencioso
intrometido
calado de emoções
vazado de toques
que nos aproxima, na lonjura do tempo.
A cada instante, a cada olhar
sinto-te aqui:
perto do longe onde te deixei.
Sinto-me no teu regaço,
mãe das mães do sentir –
vida.
Passeias tal qual o nascer do sol
por entre as entranhas das nuvens
descendo o singular brotar da chuva
como se nossos pais fosses.
Mas és apenas tudo,
mesmo no nada que é o não tocar-te.
És tudo,
até nos instantes que clamo por ti,
no apartamento do querer.
Vida.
Vida que virás
que serás vivida
no tempo.
No nosso próximo tempo,
sempre próximo,
sempre ano seguinte.
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