O que nunca morre

 

O que nunca morre

Portuguese

 

 

Se eu pudesse passear pela alma da vida

encontraria o cheiro de uma flor que secou,

o voar de uma borboleta antes colorida

e o verde de uma folha que em dourado se tornou.

 

Ouviria o cantar da andorinha que partiu,

sentiria no dia a luz do luar,

reconheceria o brilho da estrela que caiu

e na sombra da lua, o sol a passar.

 

E ainda no frio do Inverno

veria a folha de Outono que secou,

veria o Verão quente e terno

e a Primavera que tudo floriu e mudou.

 

E porque tudo isto vive ainda

se tudo é passado e se foi?...

Porque tudo o que à vida se dá nunca finda...

permanece vivo em lembrança que não dói!

 

Assim é a lembrança do Homem que partiu,

mas que à vida se deu sem ficar

preso em si mesmo e sentiu,

que morre em vida... o que não sabe dar!

 

Fernanda R. Mesquita

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