Por onde anda a Imaginação ?

 

Por onde anda a Imaginação ?

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Por onde anda a Imaginação?

 

Esta é uma pergunta que a própria Imaginação faz a si mesma, cada vez que resolve dar uma espiadinha no site da Artelogy. Já passaram pelo meus contos mais de 4 milhões de leitores (a quem agradeço do fundo do meu coração) e que tem me acompanhado desde que comecei a postar no site.  Não sei exatamente se são apenas novos curiosos ou se são leitores assíduos, mas isso não importa ,realmente. O que me deixa mais curiosa é que poucos deixam comentários e eu gostaria muito de recebe-los, pois assim teria uma ideia de como os contos e poemas são interpretados. Para aqueles que não sabem, comecei a escrever por brincadeira, criando figuras de linguagem (prosopopeia) para dar vida aos meus personagens. Desta forma, podia descrever os acontecimentos diários sem dar nome às pessoas, identificando cada uma delas por sentimentos, figuras ou outros objetos que se encaixassem nos contos. Mas o tempo foi passando, outros interesses foram surgindo e a Imaginação foi ficando um tanto esquecida. Ontem fui a um show de comédia com o meu neto e o comediante perguntou ao público quantas avós estavam presentes. Umas cinco avós ergueram os braços e minha filha que estava ao meu lado, me disse: ergue a mão também, mãe. Acabei erguendo a mão também. Então o comediante perguntou quantas avós estavam aposentadas. Todas disseram que sim. Então ele perguntou no que haviam se aposentado. As quatro avós responderam que não faziam nada. Chegou a minha vez e eu disse o meu nome, ao que ele respondeu: Débora não é nome de avó. E no que te aposentastes,  perguntou o comediante, ao que respondi: eu fui professora de Educação Artística!

- Ah, então essa avó já deve ter feito muita Arte! Quase respondi: já fiz e continuo fazendo. Mas a arte com a qual eu mais me identifiquei foi a escrita. Criar foi sempre o que mais soube fazer.

Meu neto outro dia me disse: vó, eu não lembro de ter comido nenhum prato feito por ti. Toda a vez que ele vem almoçar aqui, a minha filha me ajuda na cozinha. Então respondi pra ele: querido, cada vovó tem um dom – a tua outra avó é uma boa cozinheira. Eu tive teu avô que cozinhava, porque esse era o dom dele. Vovó tem outros dons e entre eles foi o de ensinar as crianças a criar e desenvolver a imaginação, nas escolas nas quais trabalhei. Ele pensou por um instante e respondeu: mas vó, um dia quero comer alguma coisa feita por ti. Um dia fiz, um porco agridoce e o convidei a vir almoçar comigo e depois que comeu ele disse: puxa vovó, não sabia que tu sabia cozinhar...

 

Débora Benvenuti

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