Apenas me sinto
Livre enquanto crítico
De mim próprio,
Como se fosse o destino
Outro, eu mesmo
Juiz sui generis e réu
Do foro privado,
Em guerra estranha
Com os sentidos d’outrem,
Socorro-me do falso
Ouro e do parecer
Mármore, ou paládio
Todo o meu esforço
De crustáceo bivalve
Vivo, bora cerceado
P’la casca à mostra,
Enterrado até ao centro
Do umbigo em estranha
Lama mole, frouxa
Pátria que me força
A ser “tal e tal” igual
Ao apelido ingénuo
Desenhado na calçada
Do terreiro do trigo
Seco, seguindo-o me
Segui, porta fora, corpo
Dentro Moniz Mártir ?
Nada me diz Martim,
Valha-me S. Jorge órfão
E uma multidão de seres,
Que não são realmente
Enteados Santos, meus
Aliados distintos, (creio
Apenas no que sinto) …
Jorge Santos (Março 2023)
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