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CRIANÇA QUE FUI
Eu, também, já fui criança,
Hoje, sou só, a lembrança,
Desse tempo inesquecível.
Não me devo, pois, queixar,
Mas, se me ponho a pensar,
Para alguns, foi bem terrível.
Pois, a criança que fui,
E que o tempo dilui,
De todo, não se perdeu.
Encontro-a, de vez em quando,
Nestes meus olhos brincando,
Com o que já m’ esqueceu.
Sempre que nos encontramos,
Sabemos como mudamos,
Desde qu’ isto começou.
E que os dois, juntamente,
São a terra e a semente
D’ aquilo, que hoje sou.
LAF02JUN2020
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