Sonhar é cabelo, nos ombros a razão fala
E murmura o que persigo, se é verdade de leigo
Ou ilusão de passageiro, Encaro o que escrevo,
Sonhar em cabelo, idioma raro, não sei lê-lo,
Não sei sê-lo, erro ao explicar o credo sendo
Eu imperador dos descrentes e dos rochedos
Negros, atavio de profeta cuja incapacidade
Apesar de empolgada, mil vezes lida à peça,
Não contém profecias nem interpretações
Cabales …Tenho ego de “formiga-d’asa”
Partilho estrelas num céu que, cego eu nem vejo,
Sob o tecto da minha minga casa,
Distinto, apenas o cachimbo
De boca, “à Torga”, posso argumentar como fosse
Poeta mas confundo o luzir das velas,
No brilhar de mil e uma telhas …
A química do universo começou com HeH+,
Numa espécie de “panspermia química”,
As paisagens, tão admiráveis como quadros
Entraram-me pelos olhos adentro, querendo
Que algum Deus os criou com velas de perto,
Pano preto, braços estranhos, tanto quanto
Eu, tão cheio a “esperantos” mudos, cansaços
Quanto o Mundo pode causar-me nos olhos,
Tantas musas causas, tantos pregões longos,
Lembram cavalos cinzentos, cavalgadas sísmicas,
Funestas. O vento é um fluído volátil,
Ainda assim, fugidio o sinto como o tempo,
Acariciando-me o cabelo raso e ao ouvido táctil
Dizendo:
-Vem comigo, vem comigo, vem comigo…
Antes que se faça tarde, sonhar é cabelo …
Joel Matos 10/2019
Http://joel-matos.blogspot.com
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(No subject)
Não sei sê-lo, erro ao
Não sei sê-lo, erro ao explicar o credo sendo
Eu imperador dos descrentes
Não sei sê-lo, erro ao
Não sei sê-lo, erro ao explicar o credo sendo
Eu imperador dos descrentes