Espero saber Ele que existo,
O mundo aí fora que me exclui
Espero sim, um destes dias,
Me dar o êxito o que puder, cru
Não o que eu pedi, pois nada
É tão indigente, como este país
Por decreto, que e nem um só dia
Esqueço, fechado na malha direita
De uma meia chamada fracasso,
De tudo o que rui e desfaço,
A sorte não me deu a escolher,
Entre o peso mínimo e o Mundo,
Espero saber Ele que existo
No mindinho da mão minha s’querda,
Porque anão me sinto, nu
E triste mais não… mais não
Que esta triste, diária, genética
Visão que nem na lua toca,
Quanto mais no sol incerto,
Que nem no peito me brilha
Quanto menos no posto de trincheira,
Que ocupo nesta guerrilha,
Que me acusa de colaboracionista,
Sem ter em conta o ardor,
Com que me empenho na liça,
Contra cavalos de vento
E os hipócritas da nação, Troia
Do fingimento da negação
Que existo e sou isto tudo, sei
Até à unha do mindinho da mão
Sem luva, com que esbofeteio
Este coração insignificante médio,
Irrito – me com a razão e o agrado,
Não quero a avaliar
Os meus enganos segunda
Mão, pessoa ou opinião,
Mas espero saber Ele que existo
Na tara perdida
Deste corpo e desta alma sem graça,
Onde o mundo não cabe doravante,
De tal forma o dispenso,
Por me saber maior do que ele é…
Jorge Santos (01/2015)
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