De veneno está meu corpo imune,
De bagaço quero aquele que arde,
De poesia quero a que me incomoda,
Dos loucos os que me enfrentam
E empurram pro poço sem fundo
Com a corda à garganta, a mesma
Que uso pra me sentir livre o resto
Do tempo e dizer o que me dá-na
-Gana, como que parindo da alma uma coruja,
Como quem rasga e dana o pescoço,
Na suja e maldita corda que não afrouxa,
Nem dá sinal de partir a alta figueira.
De veneno está o meu corpo imune,
O pecado é perder o céu, suponho,
Não o procuro, do veneno quero o mais puro,
Pra beber entre os bruxos de olhos negros,
Com a corda na garganta e nas mãos,
O rosto curvo, cego …
Da peçonha será meu corpo impune,
De bagaço quero aquele que arde,
De poesia quero a que me incomoda,
Dos loucos os que me enfrentam
E empurram pro poço sem fundo
Com a corda à garganta, a mesma
Que uso pra me sentir livre o resto
Do tempo e dizer o que me dá-na
-Gana, como que parindo da alma cuja
Como quem rasga e dana o pescoço
Na suja e maldita corda que não afrouxa
Nem dá sinal de partir a figueira alta.
De veneno está meu corpo imune
Pensamento e acção são ânsia e dor,
Para mim quando fico gelado do sentir
Para baixo sem conciliação ou paz,
De peçonha será meu corpo imune,
Mas jamais do castigo que carrego
E me faz cantar com ruído e sem
Sossego e corrói tal o ácido clórico
Ou o hálito do medo …
Joel Matos (07/2017)
http://joel-matos.blogspot.com
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