Música
Pára a vida, evidente que não
Mas que toca em nós quanto
Manhãs de sol frio é certo,
Mas só música certa e o deserto
Ao entardecer, de facto também
Param tão tanto quant’o vento
E o que eu sofro não tanto
Por ser humano, mas por ter
Dentro do peito, um coração
D’engano para a vida toda
E a música parecer eterna
Quando toca o meu ouvido,
O rosto e as mãos e me dá
Esperança, vida e só eu sinta,
Quando o coração bate incerto,
Por não haver depois, o resto é
Silêncio e calma, sensação
De bruma que passa e esquece
Tal musica que me acontece
Vidente que real nem sou,
Esqueço-me do que me faz
Esquecer, o súbito e o poente
Pra que sofra eu, não tanto
Quanto me toca o mudo cantar
Do mundo, como se cantasse
Alguém com forma de paisagem,
Que não nem nunca terei …
Joel Matos (04/2018)
http://joel-matos.blogspot.com
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o que eu sofro não tantoPor
o que eu sofro não tanto
Por ser humano, mas por ter
Dentro do peito, um coração
D’engano para a vida toda
E a música parecer eterna
Quando toca o meu ouvido,
O rosto e as mãos e me dá
Esperança, vida e só eu sinta,
Quando o coração bate incerto,