A Obsessão é um ser intolerável. Não suporta a Crítica, mas adora jogar pedras em telhado de vidro. Muitas vezes essas pedras quebram o vidro e quando são revidadas, nunca são toleradas, no mais amplo sentido da palavra. E as palavras às vezes são as Criticas mais sensatas que se possa fazer, mas nunca são aceitas pela Obsessão. A Obsessão é como um touro enfurecido. Abaixa a cabeça e assopra um vento tão forte, que suas narinas chegam a tremer e assim, com toda a fúria, investe no desarmado autor da Crítica, na esperança de reduzi-lo a pó. Quando percebe que suas tentativas são frustradas, fica mais enfurecido e com suas imensas patas, tenta esmagar o adversário. É um salve-se quem puder. Quem fez a Crítica tinha lá as suas razões, o que não se pode dizer da Obsessão. Esta sim é incapaz de enxergar o que está a um palmo do seu nariz. Por isso se diz que um touro enfurecido não tem visão, apenas se deixa levar pelo movimento. E o movimento é o que não falta ao autor da Crítica. O movimento do adversário e o momento propício. Estes dois elementos são a base de quem pretende fazer a Crítica.
Débora Benvenuti
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obsessão
A obsessão se alimenta daquilo que a mente não consegue absorver.