Portuguese
Larissa sempre foi uma menina muito curiosa. Quando ela tinha três anos, decidimos passar a Páscoa na casa de uma tia. Eu queria que ela dormisse logo, para que eu também pudesse descansar, mas lá pelas 3:00 h da madrugada, véspera do domingo de Páscoa, ela se acordou com os latidos de um cão e me perguntou se por acaso o cachorro não poderia pegar o coelho e roubar os ovos. Eu disse que não, que continuasse a dormir, porque enquanto estivesse acordada, o coelho não entregaria os ovos. Ela continuou a acreditar no coelho, até que alguns anos depois, ela me viu mexendo dentro do roupeiro e ouviu uns barulhos de papel, que provinham de dentro de uma mala. Me perguntou o que era e por que a mala estava dentro do roupeiro. Eu disse que ali era um bom lugar para guardar uma mala. Ela esperou eu sair de casa, e foi abrir a mala, para ver o que ela continha. Dentro da mala, ela encontrou vários ovos de chocolate. Não teve dúvidas, chamou o irmão pequeno e disse a ele: eu já sei quem é o Coelho – É a nossa mãe! O pequeno então descobriu quem era o coelho de verdade e a partir daquela Páscoa, esconder os ovos de chocolate e chamá-los para procurar, perdeu toda a graça. Agora a Larissa prepara o ninho e fala do coelho para o filho dela, o Ramon, que tem só dois anos. Ontem de tarde o namorado da minha sobrinha, que é madrinha do Ramon, chegou trazendo um ovo de chocolate para ele. Depois que ele abriu o ovo e tirou o brinquedo de dentro, eu perguntei a ele quem tinha trazido aquele ovo. Ele mais do que depressa respondeu: Foi o Gu (Gustavo). Então eu disse a ele que o Gustavo tinha encontrado com o coelho e que tinha sido o coelho a enviar aquele ovo para ele. Ele começou a comer o chocolate e não me disse nada. Será que ele ainda é mais esperto que a mãe dele foi...? Ficou me olhando com essa carinha toda, como quem diz: quer me enganar, vó?
Débora Benvenuti
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