Portuguese
A educação que recebi de meus pais era muito rigorosa. Naquela época, minha mãe não permitia que falássemos palavrões e observava atentamente as nossas amizades. Sempre nos dizia: - Dígas-me com quem andas e te direi quem és! E caso fizéssemos algo errado, a varinha de marmelo que ela escondia atrás da porta da cozinha, cantava nas nossas pernas e deixava grandes vergões vermelhos. E era sempre quem ia apanhar que precisava buscar a vara. Meu irmão era muito esperto, nessas ocasiões. Ele escondia a varinha e quando a mãe mandava ele buscar, ele desaparecia por muitas horas e só voltava para casa quando a ira da mãe ia embora. Nosso pai nos bateu uma única vez, com a cinta dele, por insistência da mãe, pois estávamos correndo e pulando por cima das camas. Foi a atitude mais dolorosa que ele precisou tomar, mas nenhum de nós sentiu nada. Apenas gritamos bem alto para a mãe pensar que as cintadas que recebemos eram verdadeiras. Meu pai acreditava que essa educação era a mãe quem devia nos impor, pois era com ela que passávamos a maior parte do tempo. Mesmo assim, nós o respeitávamos muito. Bastava ele nos olhar, que já ficávamos envergonhados. E esta educação nunca nos fez mal algum. Não foi na escola que aprendemos as boas maneiras. Foi em casa mesmo. E foi com o exemplo que recebi dos meus pais que criei meus dois filhos sozinha. É claro que nunca bati neles, porque nunca foi preciso. Segui o exemplo do meu pai, que mesmo quando viajava, nunca nos deixou faltar nada. Quanto à varinha de marmelo, ela não interferiu na nossa personalidade, nem nos tornou pessoas desiquilibradas e violentas, como muitos pais devem pensar. Não sou a favor de bater nos filhos. Acredito que os bons exemplos são o melhor que podemos deixar aos nossos filhos. E foi isso que eu fiz!
Débora Benvenuti
Género:
Recent comments