A Imaginação e o Pensamento eram velhos amigos, se assim se pode dizer. Viviam em constante harmonia e um não conseguia viver sem o outro. O Pensamento, por sua vez, ficava horas a fio a observar a Imaginação, quando esta estava distraída. Vários pensamentos insistiam em ocupar a mente do Pensamento e ele sem querer, se perdia em devaneios com a Imaginação. Queria dizer-lhe o quanto desejava estar presente em todos os momentos em que ela se sentisse solitária, mas ao mesmo tempo, tinha muito medo de que ela percebesse o quanto ele a amava e com isso, perdesse a sua amizade ou quem sabe, até a simpatia e o entusiasmo que sempre compartilhavam, quando falavam dos momentos que passavam juntos. O Pensamento era jovem demais e a Imaginação, ainda que já tivesse vivido as suas experiências, sabia o quanto era importante parecer jovem para aquele Pensamento, que ela sabia, vivia a sonhar com ela. Mesmo sabendo do interesse do Pensamento pela Imaginação, ela não queria que ele desistisse dela, mas não sabia como abordar o assunto. Enquanto isso, o Pensamento se consumia com a incerteza do que deveria fazer. A Imaginação, como sempre fazia, estava sempre aberta a novos diálogos e foi num momento de muita inspiração que deixou que o Pensamento penetrasse em sua alma e os dois juntos iniciaram um longo caso de amor e desde então, jamais se separaram...
Débora Benvenuti
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