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Aaron era um menino como tantos outros, que fora criado apenas pela mãe. Esta sempre procurou lhe ensinar a ser honesto e jamais mentir, seja por qual motivo fosse. Mas estes ensinamentos que pareciam ter sido plantados em algum lugar do seu coração, de repente, não estavam mais lá. Muitas coisas mudaram em seu comportamento, conforme Aaron foi se tornando adulto. Já não ouvia mais os conselhos da mãe e ansiava por ter vida própria. Não gostava que a mãe o acordasse e lhe dissesse que era hora de levantar. Preferia ficar uns cinco minutos a mais na cama e chegar sempre atrasado ao trabalho. Um dia decidiu que queria morar sozinho e que não mais precisava dos conselhos da mãe. Comprou um cachorro e foi morar com a sua namorada e fez dos dois a sua família. Um dia precisou viajar e interpelado pela irmã, mentiu que ia no aniversário do avô da namorada. Em vez disso, viajou para assistir a formatura de um tio da namorada. Deixou o irmão da namorada para cuidar do cachorro. O rapaz vinha todos os dias alimentar o animal e certo dia, depois de alimentar o cachorro, foi embora, com uma mochila nas costas. Mas em poucos minutos retornou, porque havia perdido o ônibus. Nesse meio tempo, a mãe de Aaron ouviu os latidos do cachorro, que não parava de arranhar a porta e resolveu acalmar o animal, dando umas batidinhas na porta. E foi nesse momento que o irmão da namorada do Aaron voltou e concluiu que a mãe dele estava tentando arrombar a porta da casa do filho. Quando Aaron chegou de volta da viagem, ouviu essa versão dos fatos e incitado pela namorada, resolveu telefonar para a mãe, para saber se ela estava mesmo tentando arrombar a porta da casa dele. Foi neste momento que a mãe de Aaron descobriu o quanto o filho tinha mudado. Não acreditava que Aaron, que tinha sido criado com tanto amor e a quem ela dedicara todos os anos de sua vida, fosse capaz de pensar e acreditar na palavra de um estranho e não na sua própria mãe.
Débora Benvenuti
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