A Palavra era um ser que ensinava sempre o que era certo a seus filhos Mago e Magia. Mago era o menor dos dois e sempre fora muito protegido pela Palavra, que dispensava a ele todo o seu afeto e carinho e o ensinava a ser honrado e andar sempre pelo caminho reto, sem jamais se deixar desviar dos bons ensinamentos que recebia. Magia era muito calada e não extravasava seus sentimentos, por mais que a Palavra lhe dissesse que nada dela escondesse. Por ser magia, estava sempre em sintonia com o universo, mesmo que muitas vezes escorregasse nas oportunidades nem sempre muito dignas dos amigos que com ela conviviam. Certo dia, a Palavra reuniu os filhos e disse que era hora de partirem para um novo recomeço, em outro lugar muito distante. Mago e Magia logo se adaptaram e a vida teve um novo significado, pois os dois escolheram seus futuros e a ele se dedicaram. Depois que Mago estudou e se formou, ele encontrou uma Valquíria e por ela se apaixonou e não quis mais ouvir os conselhos que a Palavra lhe dizia. Profundamente desconectado de todos os bons ensinamentos que recebera, obedecia fielmente a sua Valquíria e cego por ela, disse que não mais queria conviver com a Palavra nem com a irmã Magia, que se havia tornado uma bela mulher e recebera dos deuses um lindo bebê, a quem dedicava todo o seu tempo livre. A partir de então, o Mago rompeu com a Palavra, porque julgou que uma Valquíria poderia substituir facilmente a Palavra Mãe, pois esta não tinha mais nenhum valor para ele.
Débora Benvenuti
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