Como havia contado em Um Golpe de Mestre, esta é a continuação da narrativa. Por ser ano eleitoral, fui trabalhar em outra escola para abrir vaga para uma professora que precisava urgentemente de status. Ela tentava há vários anos ser nomeada para a escola onde eu trabalhava, sem sucesso. Encontrei a determinada professora, trabalhando na escola para onde fui designada. Para que eu não desconfiasse de nada, embora eu já tivesse conhecimento do que havia sucedido, a Diretora nos apresentou e me disse que ela ainda trabalharia mais um mês na escola, para me passar os conteúdos e conhecer os alunos. Ela pensou que eu não sabia de nada e um dia me disse que havia aberto uma vaga na escola na qual eu trabalhava e que já havia conseguido essa vaga para ela. Disse-me também que precisava muito de status e com certeza, quem trabalhava naquela escola era tido como excelente professora. Poucos dias depois ela foi trabalhar na escola que ela tanto almejava. O problema maior que ela enfrentou, é que não conseguia atender tantas turmas quantas eu atendia e foi necessário solicitar outra professora para dividir as turmas com ela. Nesse meio tempo, a tal professora se casou com um aluno e viveu com ele pouco tempo, devido ao fato de que o marido dela, ao subir em uma escala para trocar uma lâmpada, havia caído e fraturado a coluna. Ele então passou a usar cadeira de rodas e a esposa dele, que tanto precisava de status, precisou se exonerar do cargo que tanto almejava, para se dedicar ao marido.
Débora Benvenuti
Baseado em fatos reais
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