Quando é que chegas? Já viste as horas que são? Despacha-te lá. Despacha lá essas miúdas ocas e o brilho cegante dos olhos quando olham para ti. Diz-lhes que são bonitas. Sim. Porque são. Mas diz-lhes que a tua mulher sou eu. E que sou a mais bonita de todas. Mesmo que até nem seja. Não sou. Mas isso é irrelevante aos olhos de quem ama. E tu amas-me não é?
Despacha-te no caminho a casa. Tenho o ritmo cardíaco completamente acelerado. E a culpa é toda tua. Só tua. Porque estou desejosa do nosso sexo. Diz-lhes isso. Podes dizer. Diz-lhes que tens a melhor de todas. Que eu sou o anjo e o diabo na cama. Diz-lhes. Diz-lhes que só me queres a mim. Que sou o único corpo que as tuas mãos desejam percorrer. E que o teu sexo só quer o meu. São horas de regressares. Despacha-te. Tenho saudades tuas. Diz-lhes, amor.
Diz-lhes que morres de saudades minhas. Que não vês a hora de chegar a casa e de me veres na cama, toda nua. Para ti. Que não vês a hora de chegar, beijar o meu pescoço e sentir o cheiro do meu perfume novo. Diz-lhes e elas, nesse exato momento, saberão que têm de se ir embora.
Mostra-lhes que és o meu homem. Ou então não mostres nada. Não precisas. És o meu homem e eu sou a tua mulher. Bastamos nós dois para a veracidade desta afirmação. Nem Deus nega isso, quanto mais essas miúdas que não sabem nada de nós. Ninguém sabe. Porque dentro destas quatro paredes, só existimos nós. Tu e eu. E o nosso sexo. E o nosso amor. Para variar.
Vem rápido. Sobe as escadas. Entra no quarto. Pousa as chaves na secretária. Apaga a luz. Beija-me. Agarra-me o cabelo e tira-me a roupa. Tira-me a roupa toda. E vem para dentro de mim.
Esta noite, sou tua.
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