Foram tantos os corações em que toquei mas tão poucos os que já me tocaram.
O teu alcançou-me e eu vi-me a fugir por isso... como pude eu ser capaz de correr para bem longe de um sentimento tão belo? Como pude ser eu a causadora da saudade que me persegue?
Fui eu que disse que não e que tinha medo! O que é o medo se não a sombra que me escondeu da luz?
Estive tempo demais longe do teu belo coração. Amo poesia mas nunca a senti de forma tão profunda como quando olhavas para mim, todo o encanto que li em cartas de amor estava personalizado naquele momento. No movimento do teu sorriso as mais belas trovas de amor eram cantadas e fizeram de mim a Julieta de alguém. Nada era tão simples e tão profundo quanto os nossos corpos juntos. Lembras-te daquela noite? A noite em que nos vimos pela primeira vez? Onde tremíamos e perdemos a voz? Apenas um abraço nos sossegou. Não sei quanto tempo ele demorou mas naquela noite fria foste o agasalho da minha alma. Senti o mais belo dos silêncios... aquele que ainda partilhamos... onde as palavras andam a dançar no pensamento e só nos ocorre sorrir e respirar na respiração um do outro. Como pude eu não ser capaz de te ver à minha frente quando tudo estava alinhado?
Foi o medo. Medo esse que perdi no momento em que percebi que és tu quem eu quero beijar todos os dias ao acordar.
Apaixonamo-nos um pelo outro e vivemos vividas separadas... está na hora de pegarmos nos pedaços que roubamos um do outro e juntos por fim seguirmos caminho pela vida...
Dizem que o tempo suaviza e que os sentimentos quando não alimentados falecem... seremos nós exceção e este sentimento maior que o próprio tempo?
Sim.
Claro que sim.
Em ti está o meu futuro
e em mim
ainda está
o poema
onde te
queres
perder
para
na felicidade
te
encontrares.
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