Esmago lembranças apagando dias que jamais deveriam ter acontecido. Destroços de um passado que congelado num espelho, se estilhaça na esperança de me assombrar, de espalhar livremente cinzas mal incendiadas.
Se todo o tempo caísse no esquecimento – todo e cada segundo maldito do que passou, como eu ficaria grata pelo descanso!
Mas largos são os dias que passam; gordos e fartos os minutos em que penso neles. Entediada, ambiciono transportar-me para uma dimensão em que eles desapareçam e possa respirar a agradável aragem da liberdade que a solidão me traz.
Cá estou eu! Volto a matutar no assunto como criança que espezinha uma formiga, insistindo na pequena mancha negra a seus pés.
Acorrento os sentimentos à poesia, porque não os consigo dominar. Marco estes acontecimentos tristes e indesejados no papel para relembrar a náusea e a insónia que me provocam. Apenas as voltarei a ver, quando urgir a saudade delas…
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