Portuguese
Decidi ser para sempre uma criança
nos momentos em que me perguntam
a razão que me leva a amar:
ao sentar-me na certeza da relva,
soprar redundantemente bolas de sabão,
talvez cruzar as pernas e desenhar ali
o amor, com duas pernas, incolor e vago,
tentar escalar o corpo das árvores,
assobiar às meninas de saias tímidas.
Então, de debaixo de uma pedra ou de uma folha,
tirar aquela perífrase centípede,
belicosa, coberta de pelo, enorme,
a maior do reino das perífrases:
“Porque sim”!
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