Ruínas

 

Ruínas

Portuguese

“Por vezes só a decepção e o sofrimento nos revelam o perigo de não nos libertarmos de certos sentimentos que nos irão levar à ruína de nos tornarmos tão podres como a pessoa que nos fez sofrer...”

 

Ruínas

 

Desejo inócuo de esconder seu passado

temendo demonstrar-se lagarta sem casulo

efeito de desilusão pela dor provocado

que em ódio e vingança iriam transformá-lo

 

Dentro da alma um novo ser reconhece

que esfaqueia sentimentos de quem o ama

vestígios de carinho falso e impuro enobrece

mas ruína humana, ingenuamente proclama

 

Desapercebe-se feio, maléfico e prossegue

ajuda, tentativa de salvação, enfim inoportunas

ou luz de saudade, p’ra ele mal empregue

pois estava preso em escuras lacunas

 

Inútil, vazio, perseguido por suas acções

desespero, tristeza tomam seu coração de pedra

retribuem-lhe vontade e forças p’ra anular maldições

retornar às puras, inocentes feições de outrora

 

Lágrimas de alegria e saudades do passado

corriam em seu rosto sem se aperceber

que era mui querido e tão amado

qual inexperiente bébé nascendo para viver

 

Numa ultima pausa simples, meditou

desprezou podres ruínas agora mui longínquas

apercebeu-se: não era aquele ser que o inundou

que o íria dominar por longos dias…

 

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