Hei de amar-te mil vezes e não to dizer nenhuma
E seguir amando-te todas essas vezes, uma a uma
Calarei todas as bocas que se acerquem da tua
Roubarei o brilho dos teus olhos, brilharei mais que a Lua
Hei de morrer todos os dias e sentirei isso bem na pele
É que eu sei que tu nunca tentaste por-te no meu papel
E sigo em frente, a olhar para trás, tropeçando mas nunca caindo
E desdobro-me em milhares, contrariando azares, eu vou indo
Hei de ser mais do que sou, um dia destes, já sabes como é
E mesmo que eu perca a esperança, eu no fundo tenho sempre fé
Não fé em mim, que essa já há muito tempo que se foi
Mas no futuro, aquele que quando é passado ninguém destrói
Hei de terminar sabendo que fiz tudo o que estava ao meu alcance
Extenuado, sofrido, mas espero que recompensado e sem dar chance
Limparei o suor que irá inundar-me o corpo e sentirei-me quiçá triunfal
E ficarei para sempre imortalizado como uma rara pintura minimal
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