Perco-me...
Perco-me no mar dos teus olhos
Perco-me e encontro-me...
Encontro-me
Nessa imensidão de azul que me fala
Que tudo diz
Caminhas nos trilhos da tua existência
Nas ruas e vielas vestidas de escuro
Perdes-te dos teus sonhos, do teu nome e vagueias pelo mundo
Poderia olhar-te durante horas sem me cansar
Descobrir cada traço e mergulhar nesse existir
Percorrer-te de lés a lés e, a cada milímetro de ti, respirar e sentir...
Gosto quando me dizes gosto de ti
E quando, com o olhar, o reforças
Gosto quando, com as tuas mãos, me dizes quero-te...
Fecho os olhos...
Os teus dedos macios pousam, como penas, na minha pele.
Devagar, percorrem-me o corpo que se arrepia a cada toque.
Hoje escrevo-te silêncio (para que escutes)
E palavras sem letras (para que as desenhes)
Deixo-te estrelas luzentes (para que vejas)