Escreve-me por favor.
Não deixes morrer as palavras de ti.
Se as deixares morrer eu morrerei.
Escreve-me para eu viver na tinta que desenham as palavras que me acordam.
O Passado é a ausência do presente. O Futuro é a ausência que espera ser presente. O Presente é a única realidade.
Hoje penso na marca de um ontem que viveu.
E no último poema da vida, quem o leu?
Muitos perderam as palavras no deserto,
Outros tinham um deserto de palavras.
Era negro e nefasto,
Uma cobertura da alma
Aquilo pelo qual me arrasto,
Do caminho que me leva a calma.
Pensar, pensar, pensar
Seria melhor que eu não te amasse, que a Primavera não chegasse
Altura em que eu te conheci, e desde então não mais vivi
Falo enquanto escrevo, e a imagem que me surge é a tua. Sinto como se me ouvisses, sentisses, porque é a tua voz que eu ouço enquanto falo e escrevo. Somos iguais meu...
Eu posso fingir ser o que quiser, mas o mais difícil é fingir ser eu, porque eu sou tudo o que finjo e sou tudo o que não finjo.
Tu, a canção que ela escutou
Mas não ouviu.
Eu, a canção que cantei
Mas a ninguém recordei.
Tudo eram sinfonias sem som.
Gritos de silêncio
Sorri pequena mulher, sorri grande criança.
Leva embora a tristeza que há dentro de ti.
Não faças dela um lugar criado, vá dança.
Dança com as memórias daqueles que vi.
Seguir em frente
Caminhar somente
Pouco e pouco devagar
Passará a dor de amar.
O mar que me acalma
Um dia, um dia, me afogou
Na revolta da vida quebramos sentimentos que algum dia foram vividos.
As minhas palavras esconderam-se em ti. Para que eu as encontre? Eu quero é encontrar-te... Quem as escondeu em ti? Foste tu ou fui eu?
Escrevo versos pobres de vestes,
Para me ser mais fácil de os despir.
Eles deixam-me no lugar de ir,
Deixando os outros para serem estes.
Sou um ser livre de ser
Tão livre de ser para ser
E é o que é, e o que não é
Para um dia ser o que quer
Em tantos versos escrevi
O Espelho Mágico
Alguém perguntara: - Espelho meu, espelho meu, porque existem mais belas que eu?
E o espelho partiu-se! Era dia 13!
Envolveste-me em cigarros de papel
Filtraste-me e fumaste-me num segundo
Foste tão rápido sem ser profundo
Até eu virar cinza na doçura que foi mel
Minha alma colocou o véu preto
Maquilhou-se com cores escuras
E partiu por aí, por entre alturas
Sem encontrar um caminho concreto