Estranho estes ossos
mascarados de fartura,
onde habito.
O espelho reflete-me
mas os olhos não crêem.
A alma boceja, um enfado
preso aos afagos da alma
Estranho estes ossos
mascarados de fartura,
onde habito.
O espelho reflete-me
mas os olhos não crêem.
A alma boceja, um enfado
preso aos afagos da alma
Lê-me na entrelinhas,
nas palavras mudas do meu respirar.
Decifra-me nas cores dos meus olhos,
no ritmo das minhas passadas.
Lê-me nas letras que não profiro,
Lê-me na entrelinhas,
nas palavras mudas do meu respirar.
Decifra-me nas cores dos meus olhos,
no ritmo das minhas passadas.
Lê-me nas letras que não profiro,
Meu corpo na madrugada
jaz entregue e inerte ao orvalho dos lençóis.
Em silêncio, procuro o sono.
Os sons da rua não se atrevem
a multiplicar meus anseios.