Portuguese
O amor não existe
Não existe amor
não há amor
por muito que digam que há
só existe a palavra
não o sentimento
disso tenho a certeza
Talvez já tivesse havido
talvez tivesse existido
deve ter sido exterminado
não há outra hipótese
se existisse o amor
já teria dado por ele
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Novo dia
Novo dia
Dedilhantes fios de luz
arranham as janelas
balanceiam selvagens
e entram por debaixo da porta
Invadem os silêncios madrugadores
empalidecendo as sombras
ameaçadoras e rastejantes
e derretem o frio da noite
Abraçam as paredes nuas
encontram pasto para as chamas
que com sede desmedida
vão devorando a escuridão
no alinhavar de um novo dia
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Noite vazia
Noite vazia
Sinto-a tão escura e fria
a noite vazia de ti
porque na falta da tua mão
dançando no meu corpo
do teu suspiro
no meu pescoço
e dos teus lábios
nos meus
nem as estrelas se acendem
nem a Lua me aparece
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No breu da noite
No breu da noite
Passa da meia-noite
não consigo dormir
e sem nada para fazer
sento-me à secretária
pijama já vestido
roupão a postos
à espera do sono
mas com receio dos sonhos
onde acontecem coisas
que só eu consigo ver
iluminadas pela clareza
que só eu entendo
...no breu da noite
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Não consigo
Não consigo
Tantos olhos
me fitam
através do meu frágil disfarce
Por mais que tente
por mais que me esforce
não consigo
E já nem interessa
o quanto eu tento
Não consigo fechá-los
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Na minha memória
Na minha memória
Se nunca me tivesses amado
o meu coração continuaria vazio
sei que poderei aprender de novo a amar
mas que será da minha alma
De amiga para alma-gémea
de alma-gémea para amante
tornaste-te tudo para mim
nada mais querendo ter
Se nunca te tivesse amado
a dor não existiria
mas sei que teria sempre
imagens de ti
na minha memória
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Morte
Morte
Receio-te...
mas não te compreendo
Segues-te à Vida
e não devo recear-te...
Espero-te...
serás bem-vinda
É o fim de um ciclo
e o início de outro
Talvez já não te receie
oh Morte
É a Natureza que te transporta
e só tu e ela se compreendem
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enviado
seis poesias curtas
Cumprimentos
A. H-M