“A tua vida é um livro onde tu és o autor.Por mais que tentes rasgar páginas do passado, só conseguirás sentir um incompleto…pois qualquer biografia tem princípio, meio e fim.”
Sonhos rasgados
Sonhos rasgados
mas não apagados
naquele livro antigo
que vive comigo
tão perto o sinto
mas forte instinto
me obriga a enojar
tudo o que seja sonhar
e jamais adormecer
porque não tenho poder
sobre vasto domínio
obscuro de fascínio
perigoso e irracional
pois eu sou normal
E impedida de colar
páginas que vi passar
por quem lágrimas clamam
mas em vão, jamais retornam
só prosseguem na vida
ignorando ilusão dorida
que agora está incolor
dormente ante a dor
mas transparente, aqui
no livro que escrevi
e desprezo ler
só imploro esquecer
sonhos que rasguei
quando por ti chorei
Sabendo que o engano
causa terrível dano
qual droga penetrando
e uma vez dominando
o ser deseja cura
ainda que longe e dura
pois tarde se apercebeu
que o possível lhe ocorreu
e quando liberto
retorna o tormento
e leva-o a suplicar
às fraquezas odiar
pressente a tentação
recomeçando a imaginação
perfurando o seu profundo
tão frágil no fundo…
aí, o veneno ataca
seguro se coloca
matando para prosseguir
que de mim quero fugir
e encontrar a solução
Em plena abstracção
que me domina
renova, desatina
assim me vai devolver
todo o estranho poder
uma força que atrai
e recomeçando vai
nada mais detém
este puro desdém
limpa toda a doença
faz com que vença
o vício sobre-humano
pois não possui mais engano
com tudo o esmago
e assim o rasgo
mas, no fundo se mantém
pois sei que sempre vem
em sonhos rasgados
mas não apagados
naquele livro antigo
que ainda vive comigo…
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