Quando os olhos apago
E entro num mundo vago
És a primeira imagem
Porque me fizeste acreditar
Ser um ponto de viragem
A noite é amarga e dolorosa
Beijo-te, mais nada permanece
Tudo se torna instável
O tempo passa, anoitece
O momento é sedutor, afável
O mundo gira ao contrário
Ao soprar do imaginário
Sobrevivi
Ao naufrágio do nosso amor
A perda de ti
A ferida, a dor
De ficar sem ti
Mas vivo na solidão
Sonhei contigo repetidamente
Noites sem fim
Sonhei que delicadamente
Tocavas em mim
Deixavas-me arrepiado
Só por estar ao teu lado
Desculpa se sou tolo
E sem miolo
Desculpa se sou triste
E o meu amor nunca viste
Desculpa se não me entrego totalmente
E por vezes pareço indiferente
Ruiva
O meu coração já uiva
O teu nome ao luar
Já pede a estrela cadente
Para o inspirar
Num discurso saliente
Estremeço, fico tenso
Tive tantas oportunidades
Para acabar com as saudades
Tantas concedidas
Como perdidas
Tive tantas chances
Para concretizar este romance
O dia mais feliz da minha vida
Foi quando senti o teu corpo delicadamente
Num solene abraço
Todo o que disse-se seria escasso
Por isso deixei todo guardado na mente
Peço-te um abraço
E digo-te adeus
Ate qualquer dia
Estou farto do cansaço
Deste feitio meu
De viver apenas na fantasia
Digo-te adeus
Vi te na noite
Estrelas brilhavam tanto
Não resisti ao teu encanto
Desfeita de preconceito
Sou viajante
De mundos opostos
Sou amante
De dias contra-postos
Entrei numa viagem
Que parece não ter fim
Vejo-me como uma miragem
Sou triste
E triste gosto de ser
Porque só a tristeza me faz escrever
Estranho é o meu nome do meio
E de loucura estou cheio
Já não tenho a cura
Não te conheço
Nem sei se te mereço
Não sei nada a teu respeito
Se já esta preenchido o teu peito
Ou se ainda tenho chance
Será que queres um grande romance
Tenho vontade de chorar
Porque o coração se queixa
Mas o orgulho não deixa
Porque a alma está caída
Não sejas racista
Não tenhas ideias fascistas
Não sejas desumano
Se és humano
Não há diferenças de cor
Nas leais do amor
Todas as alegrias que tive, serão cínicas
E as imagens não serão físicas
Apenas partículas da minha mente
Coisas que te deixam indiferente
És a minha rua sem saída
És a minha mente despida
És tudo, és o mundo
És o mais lento segundo
És o imenso universo
És o mais bonito verso
És a razão
Da minha existência
Da minha resistência
A solidão
Do palpitar
Do acelerar
Do meu coração
Invejo aquele
Que te pode tocar
Invejo aqueles
Que te podem olhar
Que detém o teu beijo
Tornaste-me imortal
Dando-me o teu amor
Arrancas-te num tempo irreal
Aquela enorme dor
E agora que estás longe
Não sei o que fazer
Fujo da dureza
Do meu feitio
Fujo da tristeza
De cair no vazio
Fujo da vergonha
E do pudor
Fujo de quem não sonha
Ter um grande amor
Diz-me que é comigo que queres
Viver o resto da tua vida
Dir-te-ei que serei fiel
Entregando-te a minha alma rendida
Concedendo-te todos os teus pedidos
Desculpa por ter feito todo por ti
Por ter perdido amigos e ter ficado a beira do fim
Desculpa por ter sofrido
Por no abismo ter caído
Por tua causa
Despedaçaste o meu coração
Agora os seus pedaços
Não podem ser novamente reunidos
Os seus espaços
Não podem ser novamente preenchidos
Um Beijo Uma complexa e eterno emoção Um incontrolável desejo Um fominante para o coração
Numa garrafa meti um papel
Que continha uma mensagem
No seu interior um cheiro a mel
Nela estavas reflectida como uma miragem
O seu conteúdo era perfumado
Finjo que nada me atinge
Mas meu coração não finge
E por momentos não aguenta
Apertado com dor rebenta
Não choro por fora