Heavy Metal
Uma, duas, três da manhã…
Já longe vão os meus tempos de infância
(que não tão longe assim vão, mas aparentam).
Deito-me, adormeço, sonho.
Todo um enorme muro ergui, escondendo o meu passado,
Sou prisioneiro do que fiz, põe em causa tudo o que faço.
Por trás, jaz quem eu era, tudo o que fui, tudo passou.
O medo a mentira a vergonha dos erros passados
A inocência perdida a revolta!
Quem não conseguiu seguir em frente
Chegou a um beco sem esperança
Tira-me a água, deixa-me a sede.
Rouba-me a luz, deixa-me o escuro.
Mas, tires o que tirares,
Não me tires o teu sorriso
Dantes, era só peixe,
E a vida era simples, segura
Vivia entre peixes, indiferente
Numa bolha, apenas eu
Mas depois vieste tu, e eras peixe
Para escapar à tormenta de viver
Lancei-me ao eterno desconhecido,
Não sabendo se o Paraíso me iria receber,
Ou no fogo do Inferno ficaria perdido.
Morte é o tudo que é o nada
Antes é o tudo depois é o nada.
É um ponto final de uma vida, sem continuação,
Um terminar de uma história, um fim.