o que foi, o que é
o que podia ter sido,
é a minha realidade.
estou (completamente)
perdida
num mar de incertezas,
das minhas incertezas.
Esmagador
Ensurdecedor
Este silêncio absoluto
E o absurdo
Desta banal e repetida
Existência
Corrói, como ácido,
Da dualidade.
Do contraste gritante.
A alegria de ver cada dia
Começar e acabar.
De sentir o tempo a entranhar-se, a dissipar-se.
E ficar feliz.
E ficar triste.
Nada possuímos.
Nem utilidade há nenhuma
Em possuir nada.
Que possuis tu?
A tua alma? Os teus sentidos?
As tuas vivências?
O teu corpo?
Conceber uma realidade oposta à minha, que me é tangente, que toca no limite.
Como seria ser o oposto?
Como seria ser algo que não faz parte de mim, e o faz ao mesmo tempo?