Antony Sousa

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22 de Outubro de 1991

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Conteúdo

 

Cama de braços

Eu gosto tanto…
Quando paramos de pensar em nós
Por uns momentos, até a sós no nosso quarto
E entendemos que sozinhos somos nada
E tudo o que temos de fazer

Género: 
 

Para onde vou

Estilhaços cortam a carne
Crua de tanto passar
Tempo na cave
Onde os sonhos voam

Género: 
 

Lar doce lar

Para onde quer que vá
Não sinto o chão
Flutuo na escuridão
Sem-abrigo, sem lua
Não há noite que não acabe
Comigo a imaginar

Género: 
 

E se te acabassem os "ses"

E se caísses nas mãos da perfeição
E se assim preferisses o imperfeito
Será que descias à terra?
Será que paravas esta guerra? 

Género: 
 

Um dia

Onde é que tenho estado
Com a cabeça? Onde estás?
É lá onde estou, e vou ficar
Até bem depois da meia-noite
Desde dos primeiros sonhos
Talvez num deles eu diga

Género: 
 

Um dia

Se podes ouvir isto
Então já sabes
Eu sempre soube
Que eras a diferença
De tudo o que já senti
Igual aos filmes 
Com um toque de magia

Género: 
 

Boa surpresa

Presente embrulhado
No passado foi o laço
Amanhã quero abrir
Estou à espera de ti

Género: 
 

Incomparável

A beleza é pura e tem sotaque
Neste caso único, incomparável
De cima a baixo, de dentro para fora
Não será perfeito, mas só porque é real

Género: 
 

Sempre que te vejo

Nunca pensas:
"Quando é que te vejo?"
Outra vez, às vezes não chega

Género: 
 

Sempre que te vejo

Pois bem, eu sou só um louco
Insanidade legal a vaguear por aí
Algures nestas terras mascaradas
De frases feitas e modas perfeitas
Onde todos se escondem de si mesmos

Género: 
 

Na corda do limbo

Foi do lado errado que nós começamos
A dar as mãos, mas sem nenhum pecado
Mas que martírio que eu passei
Tanto tempo a imaginar-nos no bem
Bom, então é tempo de dizer

Género: 
 

Será que existes?

E se eu deixar de respirar
Por um instante será
Será que te sinto?
E se eu deixar de ver
Por um instante será
Será que te vejo?

Género: 
 

Será que existes?

Eu não tenho as respostas
Às perguntas que levantam
Permaneço sentado 
Na cadeira desenhada
Para me fazer pensar
Onde estará a metade

Género: 
 

Encontrei-me

Lembro-me bem
Do primeiro olhar
O castanho no azul
Como ver o mar
Pela primeira vez
Perdi-me do resto
Do mundo, era tudo
Parte da paisagem

Género: 
 

Hoje o dia vai ser meu amigo

Para quê levar tudo tão a peito
Se os feitos da vida
São alcançados sem medo
De que o mundo olhe para nós
E se ria, e nos diga
O que fazer, como fazer

Género: 
 

Hoje o dia vai ser meu amigo

Hoje é p’ra sorrir
Porque o dia já começou
Subir p’ra cima da mesa
E exclamar: “Eu sou rei!”
Da minha vida, porque sei
Que quanto mais

Género: 
 

Quarto em chamas

Não há fumo sem fogo
Sono sem sonho
Alcançar sem lutar
Acreditar mais um pouco
Nada é por acaso
No meio deste nevoeiro
Mesmo que não vejas

Género: 
 

Quarto em chamas

Inspiro o silêncio deste quarto
Expiro o eco dos olhares de mil palavras
Encontro os sentidos algures
Entre o trânsito de pensamentos
E o latejar do meu peito

Género: 
 

Tempo de voltar pelo amanhã

Quero recordar a criança
Que corria as horas
Batia as asas como um beija-flor
Como se não houvesse amanhã
Como quem voa por amor
Olhos despertos pela manhã

Género: 
 

De olhos abertos

Um dia é tão curto

Género: 
 

Páginas por escrever

Enquanto estiver vivo
Mergulharei nos 7 mares
As ondas estarão contra mim
Algumas mais que outras
C’est la vie enfim
O certo é que estarei vivo

Género: 
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